“São
experiências que fazem você pensar: ‘Meu
Deus, eu tive muita sorte!”.
Em mais duas entrevistas – dessa vez para os
portais norte-americanos “Artist Direct Interviews” e “SongFacts” - Dolores O’Riordan
conversou sobre o processo criativo por trás de “Something Else”, a emoção de
algumas letras do The Cranberries, o processo criativo da banda e ainda revelou
as sensações antes de sair em turnê.
No “Artist Direct Interviews”, a cantora justificou
a inclusão de três músicas novas no álbum: “Porque
quando foram escritas, e eu acho que são boas faixas, vi que seria importante
mostrar essas músicas; fazê-las serem ouvidas. Como já estávamos trabalhando
nas músicas antigas, vimos que [as três músicas] caberiam no álbum”.
Já sobre a parceria com o quarteto de
cordas, O’Riordan destacou como os instrumentos trouxeram novas sensações à cada
canção: “[...] um quarteto de cordas é
muito bonito, sim, mas também muito triste. Um violoncelo é um instrumento muito
triste, ressoa solidão. [Com a regravação das músicas] achamos que colocar o quarteto nessas faixas seria melhor do que ter
apenas os teclados.”, relevou.
Uma das partas mais interessantes da
entrevista é quando foi perguntada sobre os momentos marcantes de todos esses
anos na estrada e se havia alguma lembrança mais impactante, aquela guardada
com carinho. Dolores recordou apresentações antigas, a emoção de cantar com seus
ídolos e o quê todas essas oportunidades trouxeram para a sua vida:
“[...] Há
muitos eventos no meio musical que me fazem ter essas lembranças. [...] Woodstock em 1994 foi um grande show, um
momento incrível e nunca vou esquecer daquela multidão gigantesca e de como
tivemos que pegar um helicóptero para passar pelas pessoas, pois havia muita gente.”
“Também
destaco o “Pavarotti and Friends” [...] Eu
era a única mulher lá e havia o Michael Bolton, o Bono, The Edge [...] fiz duetos com Simon Le Bon (Duran Duran)
e com Pavarotti. [...] e lembro da Princesa Diana no show e de como
foi maravilhoso falar com ela. [...] São
experiências que fazem você pensar: ‘Meu Deus, eu tive sorte!”.
E prosseguiu:
“O Nobel
da Paz de 1998, quando John Hume and David Trimble ganharam
o prêmio [pelo tratado de paz na Irlanda do Norte]. [...] também lembro que os prêmios da MTV foram
muito divertidos. [..] quando
ganhamos por "Zombie" e Bjork nos deu o prêmio e ela veio no palco...
Quero dizer, quem não ama Bjork?! É sempre ótimo quando encontramos outros
artistas.”
“[...] Abrimos
para o R.E.M e conseguimos sair com o Michael Stipe – eu nunca esquecerei desse
momento. [...] teve também quando
abrimos nove shows para o The Rolling Stones e o AC/DC e foi ótimo conhecer
todos esses artistas, mesmo que fosse apenas para dizer um ‘Olá, como você está”?
[...] São essas coisas que se destacam
quando você olha para trás.”, concluiu.
No “SongFacts” – portal de música destino
a analisar as letras das canções junto aos seus compositores – Dolores revelou
curiosidades como o fato do conceito de se pintar de dourado no clipe de “Zombie”
ter sido ideia sua, o modo como o seu processo de composição normalmente tem
início com o refrão e fez breves comentários sobre algumas músicas do The
Cranberries - novas e clássicas:
“The
Glory”
“[...] é sobre
você estar em uma situação difícil, precisando de ajuda e decide estender a
mão. É meio triste, mas ainda assim positiva [...]”
“Linger”
“[...]
acima de tudo uma canção de amor. [...]
um amor não correspondido [...]”
“Dreams”
“Eu a escrevi na época do meu primeiro amor,
quando eu ainda morava na Irlanda [...]”
“Ode
To My Family”
“[...] escrevi quando eu estava pela primeira vez na América, com o The
Cranberries. Eu estava longe da minha família e dos meus amigos e me sentia
muito sozinha, então a escrevi.”
“Rupture”
“É sobre depressão; sobre se sentir mal.
[...] sobre como o mundo funciona
baseado, no fim das contas, apenas em dinheiro [...]”
“Ridiculous
Thoughts”
“[...] lembro
de me sentir um pouco como um objeto nessa época. O sucesso foi muito grande e
havia muitas expectativas e pressão de todos os lados. [...] Eu estava sob muita pressão quando a escrevi
[...]”
“Roses”
“Meu pai estava muito doente e morrendo,
então foi fácil escrevê-la. [...] às
vezes, quando você está muito triste, fica mais fácil de escrever. [...]”
“When
You’re Gone”
“[...] Eu gosto muito dessa música. Foi escrita na época que o meu avô morreu,
mas depois, durante as turnês, o sentimento mudou e passei a pensar muito nos
meus filhos e também no meu pai.”
Ao finalizar, quando questionada sobre
qual a melhor e a pior parte da carreira, a vocalista foi taxativa:
“Minha
parte favorita é realmente quando você vai para o palco e tudo parece ótimo, você
tem um grande desempenho e recebe boas vibrações da multidão. Isso é o melhor.
Quando estou no palco tudo é ótimo, eu esqueço das coisas. Todas as minhas
preocupações somem e é a melhor das sensações. E, em seguida, a parte que eu não
gosto sobre isso [...] é o fato de
que você fica nervoso o dia todo quando
é dia de show e mais ainda antes de entrar no palco. [...] os nervos ficam à flor da pele, mas, em
seguida, a recompensa é grande.”, explicou.
“Something Else” chega às lojas no dia 28
de abril pelo selo BMG.
FONTE: Artist Direct Interviews / SongFacts
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